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     15/05/2024            
 
 
    

Atualmente uma das grandes preocupações da comunidade científica consiste em entender como as mudanças no clima, no uso e na cobertura da terra já afetam ou têm potencial para impactar os recursos hídricos nos diferentes biomas brasileiros e os seus efeitos na sustentabilidade ambiental e econômica das comunidades rurais. As mudanças climáticas têm potencial para alterar os processos do ciclo hidrológico, podendo afetar a disponibilidade e a demanda de água para a agricultura, a qual depende da evaporação e da precipitação. De fato, conforme projeções de diversos estudos, as mudanças climáticas deverão impactar a disponibilidade hídrica em bacias hidrográficas das diversas regiões brasileiras. Estudos recentes indicam que poderão afetar a "geografia da produção agrícola nacional", o que acarretará também alterações significativas no uso do solo no ambiente rural.

Em várias regiões do país, os ambientes aquáticos estão vulneráveis a esses fatores, que poderão comprometer a disponibilidade hídrica de bacias hidrográficas, com potencial de afetar diretamente o setor agrícola, comprometendo o seu desempenho. Assim, faz-se necessário entender como os processos hidrológicos são e serão afetados nas diversas regiões brasileiras e ter uma visão crítica e estratégica da questão, além de dispor de conhecimento, tecnologias e ferramentas de análise e gestão, visando uma produção agrícola inovadora e eficiente quanto ao uso dos recursos hídricos.

A expansão da agricultura em áreas que demandam o uso intensivo da irrigação aumenta a possibilidade do surgimento de conflitos entre os usuários dos recursos hídricos. Nos Estados Unidos, por exemplo, estudos recentes mostraram que houve um aumento de 246% no consumo de água para a produção de biocombustível, devido ao deslocamento das indústrias para áreas mais dependentes da irrigação.

Novos sistemas de produção e/ou as alterações de um sistema de produção pré-existente, como a conversão de áreas originalmente sob pastagens, culturas anuais e vegetação de cerrado para culturas de maior interesse comercial ou que se tornaram “commodities” como a cana-de-açúcar e a soja, por exemplo, têm modificado a cobertura vegetal e consequentemente a disponibilidade hídrica nas bacias hidrográficas. Na região do Cerrado brasileiro, por exemplo, com a recente expansão do setor sucroalcooleiro, no qual dezenas de usinas estão sendo construídas ou planejadas, cresce a necessidade de estudos relacionados à dinâmica do uso e cobertura da terra, bem como seu impacto na quantidade e qualidade dos recursos hídricos, que sirvam de subsídios para os tomadores de decisão, necessidade essa que também se detecta nos demais biomas brasileiros.

A crescente demanda de água para fins industriais e residenciais, geração de energia, mineração, lazer, somados aos problemas ambientais, contribui para que haja uma redução da quantidade de água disponível para a agricultura, dificultando a manutenção dos níveis atuais de produção. Uma provável solução para esse problema consiste em aperfeiçoar a forma como a água é manejada na Bacia, o que envolve a adoção de tecnologias e procedimentos adequados para cada situação. Esse aperfeiçoamento pode levar ao aumento da produtividade da água que, em um conceito amplo, significa obter um maior valor ou benefício de cada unidade de volume de água utilizado por unidade de área. Nesse contexto, sistemas de produção agropecuária que promovam a sustentabilidade nos âmbitos social, econômico e ambiental apresentam-se como soluções cuja eficácia pode ser avaliada por meio de monitoramento dos recursos hídricos em bacias de drenagem experimentais.

A agricultura irrigada influencia diretamente na disponibilidade da água numa bacia hidrográfica, especialmente numa região onde essa atividade é intensiva. O conhecimento local sobre o assunto possibilitará o desenvolvimento de políticas para reduzir impactos e vulnerabilidades. Perdas sociais, econômicas e ambientais causadas por planejamento deficiente e ausência de critérios de decisão para definir medidas de mitigação e adaptação tornariam incertas a equidade de acesso e a sustentabilidade do uso da água.

No intuito de investigar essas questões e obter respostas seguras que possibilitem subsidiar a gestão dos recursos hídricos e a tomada de decisão, foi criada a rede de pesquisa AgroHidro. Atualmente a rede AgroHidro é formada por 45 pesquisadores, de 12 centros de pesquisa da Embrapa e de 8 universidades brasileiras, sem considerar parceiros indiretos e externos, inclusive internacionais, que já participam de pesquisas em desenvolvimento na Embrapa que comporão a rede. A gestão da rede será feita por um grupo gestor, que decidirá sobre as questões estratégicas e relevantes. Ela possui a seguinte configuração: Lineu Neiva Rodrigues, Embrapa Cerrados; Azeneth Eufrausino Schuler, Embrapa Solos; Giampaolo Queiroz Pellegrino, Embrapa Informática Agropecuária; Rachel Bardy Prado, Embrapa Solos; Luís Henrique Bassoi, Embrapa Semiárido; Rubens Sonsol Gondim, Embrapa Agroindústria Tropical; Maria Fernanda Moura, Embrapa Informática Agropecuária; Débora Fernandes Calheiros, Embrapa Pantanal e Ricardo de Oliveira Figueiredo, Embrapa Amazônia Oriental.

O objetivo da rede é estudar as interações da agricultura com os recursos hídricos em bacias hidrográficas de diferentes biomas brasileiros, avaliando-se as alterações hidrológicas advindas de mudanças climáticas e de uso e cobertura da terra, com vista à sustentabilidade da agricultura, dos ecossistemas aquáticos e à manutenção da qualidade de vida das comunidades rurais. Para isso, estão previstas estratégias de gestão, comunicação, capacitação e trabalho interativo para a rede, bem como atividades que visam à transferência de conhecimentos e tecnologias de uso sustentável da água nas regiões a serem estudadas.

Estudos como esses são, por natureza, interdisciplinares, multidisciplinares e complexos, uma vez que o uso sustentável dos recursos hídricos é resultante do uso que se faz dos demais recursos naturais de uma determinada bacia hidrográfica e de suas relações com a dinâmica socioeconômica em curso nas sociedades humanas. Nessa temática, para atingir os objetivos em sua plenitude, é fundamental o trabalho em redes de pesquisa, de form

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altair roberto
11/02/2011 10:31:42
Em Minas, temos os planos diretores de recursos hidricos, que suportam projetos de abastecimento,consumos industriais e agricolas,

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